domingo, 25 de novembro de 2007

Dorothy Sebastian

Stella Dorothy Sabiston nasceu em 26 de abril de 1903, em Birmingham Alabama. Segundo ela mesma disse em uma entrevista, já em Hollywood, nunca pretendeu ser atriz, não foi descoberta por Griffith, não fugiu de casa ainda criança e portanto, sua história não era um sonho antigo realizado. Ela simplesmente "apareceu" em 1924 e começou sua carreira...É claro que isso pode ter sido um pouquinho aumentado por Dot(como era chamada), afinal, ninguém simplesmente "aparece" do nada. Principalmente em Hollywood. Descobri Dorothy em dois dos filmes de Garbo que assisti recentemente: A WOMAN OF AFFAIRS e THE SINGLE STANDARD.
Ela faleceu em 1957, de câncer mas sua carreira já havia encerrado nos anos 40.

Fonte: www.dorothysebastian.com

THE SINGLE STANDARD(1929)


O som já havia chegado no cinema em 1929, mas Garbo continuava silenciosa. Assim permaneceu quando o drama de John S. Robertson THE SINGLE STANDARD, no Brasil intitulado A MULHER SINGULAR, chegou às telas, em julho. O filme começou a ser produzido no início de abril e desta vez Garbo não pôde contar com a ajuda de um de seus melhores amigos na época, William Daniels, que estava trabalhando na fase sonora de Norma Shearer. Então a fotografia ficou a cargo de Oliver Marsh. O mestre de cenários da MGM de então era Cedric Gibbons, o criador da mansão super moderna onde tem início THE SINGLE STANDARD. Desta vez Garbo era Arden Stuart, a mulher que leva seu choffer para dar um passeio de carro à noite. Ela foge da festa chatíssima que acontece naquela casa e de repente o espectador se encontra diante de uma Garbo apaixonada por seu motorista. Os dois estão em um lugar deserto, deitados, e se beijam. Fico imaginando como as pessoas se comportaram em 1929 quando viram a ousadia: uma jovem mulher cujo lema era “viver como os homens vivem. Com mais liberdade”. Como os filmes de Greta eram marcados pelo forte drama, nunca era dado a ela a oportunidade de ter um amor saudável, então o choffer literalmente morre de amor por ela ao se jogar com o carro na água. Mas esta história me deu um certo alívio. Confesso que fiquei muito feliz quando, depois de tentar o amor de um pintor aventureiro, Arden consegue se casar e então forma uma família. Quando o pintor volta de sua viagem de barco ela teme não resistir aos seus encantos, porém o amor pelo filhinho pequeno fala mais alto e ela o dispensa. Típico final feliz de sociedade hipócrita: a mulher com sua família e nada mais. Embora eu não seja moralista ao extremo, adorei a nossa heroína dos anos 20 abraçada com seu filhinho bonitinho, saudável e junto do marido. Enfim, Garbo conseguia fechar a década com uma verdadeira mulher singular: sem tanto drama, sem mortes no final e nem sacrifícios desnecessários. Um final simples. That’s all!


Fonte: VIEIRA, Mark A. Greta Garbo - A Cinematic Legacy, Harry N. Abrams, incorporated, New York, 2005.